QUEM SOMOS NÓS
Somos um grupo de pessoas unidas em defesa do território de Las Navas (Cáceres,Extremadura) confrontados com a ameaça de abrir uma mina a céu aberto no nosso ambiente mais próximo por uma empresa estrangeira.
A Plataforma Não à mina de Cañaveral nasceu da preocupação de uma pessoa da zona devido ao megaprojeto de mineração que ameaça a área. Aos poucos, conversando com o vizinhos, tornando-os cientes das notícias dos média, e estudando os poucos dados do projeto que conseguem descobrir, um grupo de cidadãos se unem e formam a Plataforma Não à mina de Cañaveral.
Este grupo heterogéneo e cívico, consciente do valor da Dehesa que tanto trabalharam os seus pais, mães, avôs e avós, e cujos valores foram transmitidos de geração em geração, valoriza o respeito necessário para manter o equilíbrio entre natureza e o consumo das erradamente chamadas energias verdes que poucos, movidos por a sua própria ganância, promovem o saque e a desertificação de territórios que lhes são estranhos exceto para obter deles o que eles desejam, independentemente das consequências.
Poderíamos nos definir, entre outros, como:
· Amigos de quem ama o planeta
· Defensores do equilíbrio natural que nos permitirá ter um mundo habitável.
· Protectores do nosso meio ambiente.
· Criadores de iniciativas sustentáveis para salvar nosso habitat.
· Estamos conscientes das consequências devastadoras que resultariam da mina.
· E acima de tudo somos rebeldes. Não estamos satisfeitos com o que uma empresa também
interessados nos diz.
Nosso objetivo: Parar a mina.
A MINA.
A mina que a Lithium Iberia pretende instalar na Dehesa Boyal de las Navas consiste numa mega
projeto de dimensões desproporcionais que ficará localizado a apenas 600 metros da aldeia de Grimaldo e 1,5 km da cidade de Holguera. Muito perto da mineração há também aldeias como Torrejoncillo, Pedroso de Acim, Valdencín, Riolobos e Portezuelo, que se verão afetadas pela poeira tóxica, a possível contaminação dos aquíferos, a poluição luminosa e sonora, e em conjunto: a devastação.
A mega mina terá 3 poços de onde será extraído o minério a poucos metros de Grimaldo, uma lagoa temporária de resíduos tóxicos a meio caminho entre ???? e o aterro sanitário, que será instalado no município de Holguera, com uma área de 207 hectares a muito poucos metros da própria aldeia e dos canais de irrigação. Uma chuva torrencial, das que infelizmente temos sofrido nos últimos anos, poderia vir atingir canais de irrigação, poluindo-os, deixando terras improdutivas também para o gado.
Desde que tivemos conhecimento de este megaprojeto de mineração, nos deparamos com:
Obscurantismo por parte das administrações públicas, que não facilitam a
informações sobre a mina.
Tentativa de reclassificação urgente de terras agrícolas para usos compatíveis com a mina.
Campanhas publicitárias enganosas que tentam vender os supostos empregos que geraria essa megamina para a sociedade, silenciando os grupos que discutem o que é contrário.
Como se pode ver, este projeto é uma ameaça real ao nosso meio ambiente e seu futuro.
POR QUE SOMOS CONTRA
Como se pode ver, não só devemos, mas também temos a obrigação de valorizar nosso patrimônio natural-vital, tão necessário perante as mudanças climáticas que já estamos sofrendo.
Devemos proteger o Dehesa, um ecossistema peninsular único no mundo, que é o resultado de uma gestão humana benéfica da natureza, transmitida de geração em geração durante séculos, e no qual existe uma grande riqueza de flora e fauna.
Até agora, este ecossistema tem permanecido intacto graças aos esforços dos habitantes, que beneficiam reciprocamente dos recursos que oferece ao longo do ano. No entanto, a população não foi consultada nem informada sobre a alteração do uso da terra destas terras agrícolas e pecuárias para o extrativismo mineiro.
Devemos proteger edifícios de alto valor patrimonial, como a Ermita de Cabezón, a Convenção Palancar ou o Castelo Grimaldo, que ficam bem próximos da mina, que enfrenta uma séria ameaca.
A Cañada Soriana Occidental e a Via de la Plata ou o caminho moçárabe que o conselho tanto promove da Extremadura, seria afetado no trecho que vai de Puerto de los Castaños em direção a Holguera.
Há também uma afetação psicológica e outra moral que junta todos esses perigos no meio que, por terra, água e ar, afetará a flora e a fauna e, inevitavelmente, as pessoas que fazem parte desse ecossistema atacado.
A afetação psicológica tem componentes de medo e ansiedade devido à perda de tudo o que é ligado às nossas vidas, pois este megaprojeto põe em risco o futuro do campo e das aldeias próximas, uma vez que esta megamina vai secar o Aquífero Galisteo, do qual é abastecido grande parte da população local. Além de esgotar grande parte da água de superfície é vital para o desenvolvimento da população da região, uma vez que a grande maioria são agricultores e pecuaristas, que precisam de água para realizar o seu trabalho e que já sofrem, até hoje, com os estragos que as secas e as mudanças climáticas estão produzindo na sus atividade.
Agora, vários anos após o início desta jornada, a empresa promotora lançou uma campanha de face-lift em que vários diretores da mesma se reúnem com as administrações locais dos municípios das aldeias da área para mostrar um novo projeto "menos invasivos", mas se recusam a nos fornecer o projeto (que deveriam realizar) para seu estudo e revisão. Portanto, uma nova tentativa de propaganda permanece obscura.
ATIVIDADES
Desde o início desta Plataforma Cidadã, o trabalho, apesar da pandemia, tem
sido incessante:
-Começamos distribuindo panfletos nas cidades.
-Enviar manifestos (que nem alguns prefeitos leram) aos municípios,
associações, empresas ligadas economicamente à área.
- Foram realizadas conversações informativas: Casas de Millán, Holguera, Ríolobos, Pedroso de Acím, Portezuelo, Torrejoncillo e Serradilla.
-Realizámos reuniões com os Presidentes de Câmara que concordaram em receber-nos.
-Damos informações sobre a informação que temos sobre o projecto e as suas consequências a qualquer pessoa que nos peça.
- Organização de uma marcha de protesto de Grimaldo a Cañaveral (2 horas e 35 minutos, na qual participaram 250 pessoas).
-Organização de um percurso pedestre de sensibilização para os Dehesa (participaram mais de uma centena de pessoas).
- Foram recolhidas 35.000 assinaturas online e 1.000 assinaturas físicas foram recolhidas por residentes locais.
- Montamos quadros informativos em eventos que nos permitem fazê-lo de modo a tornar o nosso problema visível.
- Organização de uma jornada de informação "Em autodefesa. Holguera sem lixeira" com uma rota no eremitério de Ermita de San Isidro, apresentações e outras actividades de convivência.
-
PORQUE PRECISAMOS DA SUA AJUDA
A defesa do território de Las Navas é um compromisso com nosso passado e nosso futuro e é
algo que vai além do local. Não se trata apenas de substituir alguns materiais energéticos
fósseis por outros, mas refletir sobre nossa forma de produzir e considerar prioridades e
precisa. A nova ordem não deve passar pelo sacrifício de nada que seja vital para o nosso
Sobrevivência: A água, o solo e o ar não são as coisas mais vitais em nossas vidas?
Quando dizemos que temos a obrigação de defender nosso território, não estamos defendendo "não
no meu quintal”, ao qual também teríamos o mesmo direito que qualquer pessoa. Na nossa Plataforma não queremos asinalar outros para que seu território possa ser devastado lá.
Quem escolhe o dispensável, quem escolhe as zonas de sacrifício?
NÃO QUEREMOS SER UMA ZONA DE SACRIFÍCIO. NÓS PRECISAMOS DE SI.
ESPERAMOS PODER CONTAR CONSIGO NESTES 40 DIAS. PEÇA-NOS TUDO O QUE PRECISAR.
Não tenha quaisquer dúvidas. Na Plataforma Não à mina de Cañaveral fazemos da transparência uma das nossas bases básicas. Contacte-nos. Não hesite.
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O nosso objectivo, depois de tudo o que vos dissemos, acreditamos ter sido
claros: Pare a devastação que uma mina causaria em nosso território.
Tornar-se uma zona de sacrifício significaria a devastação de um prado centenário
da antiguidade em que a biodiversidade aparece como um benefício secundário que torna
território economicamente e ambientalmente sustentável.
Vivemos na dehesa, secularmente, com 153 espécies de Vertebrados: 12 de
peixes, 14 anfíbios, 22 répteis, 75 aves, 30 mamíferos, 1 crustáceo, 4
Lepidoptera, 21 himenópteros, 30 dípteros. 37 Coleoptera, de acordo com um estudo de 1999.
Uma mina coloca a sua masa de água superficial em risco de contaminação
subterrâneas, que são também as que abastecem as aldeias vizinhas.
A história da mineração, nacional e internacionalmente, é repleta de acidentes com
consequências devastadoras, tanto laborais como pela ruptura dos depósitos de lodo. Há,
em Espanha 44 tanques de resíduos mineiros abandonados que representam uma séria ameaça para o
meio ambiente e para a saúde, além disso, o inventário das instalações de resíduos soma 29
arterros sanitarios. O rompimento de uma barragem no Brasil em 2020, onde 58 pessoas morreram, trouxe
a memória do rompimento da barragem de Aznalcóllar em 1998, que afetou os cursos de
água que chega ao Parque Nacional de Doñana.
No caso dos novos projetos de mineração na Extremadura, apesar de serem a céu aberto e
muito devastador para o meio ambiente, o governo regional e as consequentes cobranças de
nomeação que exerce o poder executivo em altos cargos da administração geralmente
estendeu tapete vermelho para as empresas, que com a desculpa de oferecer alguns cargos
de trabalho, minimizar e esconder os riscos e a poluição que a mineração e
posições que se perdem em outros setores incompatíveis com esses usos de extração.
Acreditamos que nosso projeto é do interesse para qualquer pessoa que apoie uma transição
justa e ecológica e uma economia sustentável.
Devemos ser capazes de cumprir, entre todos, este compromisso moral de defender a saúde pública
do território e dos seus cidadãos e que a lei seja cumprida.
Experiência anterior e equipamentos
Acima de tudo, a Plataforma Não à mina de Cañaveral é uma plataforma apolítica e horizontal, composta por dezenas de pessoas de diferentes idades e perfis
profissionais, que colaboram com seu tempo, conhecimento e mãos de forma altruísta.
Em nossa plataforma temos pessoas que não moram no entorno da mina,
pessoas que nos acompanham nesse sentimento de perda de nossos lugares, que estão cientes de que a ameaça da extração é devastador e se estende a
intermináveis territórios marítimos e terrestres, e que vários dos limites já foram ultrapassados de alarme que anunciam o colapso da civilização mais do que planetário, porque haverá outras espécies que continuem a viver no planeta, outras que poderão sobreviver em condições muito diferentes, possivelmente o planeta não será mais azul, terá outras cores, menos condizentes com a possibilidade da continuidade do ser humano.